TRANSLATION

Pesquisar neste blog

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CAMISA RETRÔ 1994













Seguindo o planejamento de lançar camisas alusivas a momentos históricos protagonizados pelo Tricolor de Aço, a Lotto presenteou a sua torcida no dia 20/02/2001, justamente num BA-vi, com a reedição de um uniforme marcante e, de alguma forma, pitoresco: a famosa camisa de Raudinei. O padrão usado na época, fabricado pela Proonze, não era uma inovação. Gola pólo branca, ausência de punhos, listras verticais azuis e vermelhas bem largas intercaladas por estreitas listras brancas. Parecia uma novidade, mas para os mais atentos ou para os aficionados pela historia das camisas do Bahia era uma lembrança de outro padrão já usado time no ano de 69. Com aquela camisa, o zagueiro Nildo "Birro Doido" salvou, em plena Fonte Nova, o que teria sido o milésimo gol de Pele. O curioso é que no filme "Pelé Eterno", o protagonista cita um fato que não existiu, segundo as milhares de pessoas presentes ao estádio naquela tarde de domingo: que o zagueiro tricolor teria sido vaiado após salvar o gol sofrido dias mais tarde pelo argentino Andrada no Maracanã... curioso o Sr. Edson Arantes do Nascimento "criar" essa fantasia e reproduzí-la ate hoje...






Camisa usada em 69, no jogo contra o Santos, que seria o do 1000° gol de Pelé (fotos: Flog do Bahia)





Mas voltemos a 1994. Novamente, numa tarde de domingo, decidia-se o campeonato baiano daquele ano. Depois de perder os dois primeiros turnos para Camaçari e Vitória, o Bahia contrata o então pouco conhecido treinador Joel Santana, que, numa virada sensacional, vence o terceiro e quarto turnos. No quadrangular final, apos acirrada disputa, só Bahia e seu eterno rival têm chance de erguer a taça e o Bahia, por ter um ponto a mais, joga pelo empate. O primeiro tempo termina 1 x 0 para o adversário e a torcida tricolor vê o titulo que tinha quase nas mãos se esvair... seria um desperdício, depois da revolução promovida pelo hoje internacional "Papai Joel". Eis que aos 46 minutos do segundo tempo, depois de um chutão vindo da defesa, passado meio perdida pela cabeça de um, pelo pé de outro, a bola encontra o pé esquerdo de Raudinei que, infiltrado entre os zagueiros, manda para a rede de Roger! A torcida do Bahia, que ameaçava ir embora, explode em êxtase, enquanto que a torcida do rubro nego de Canabrava debanda cabisbaixa!






Raudinei e a camisa de 1994, que inspirou o modelo retrô (fotos: Flog do Bahia e acervo pessoal)




Quis o destino, ou o marketing do Tricolor, que a camisa que rememorava este jogo fosse usada justamente num BA - Vi. Com a presença do "pé quente" Raudinei no estádio de Pituaçu, triunfo do Bahia por 2 x 0. Uma curiosidade: em 1994, alem de ter perdido os dois primeiros turnos, o Bahia tomou duas goleadas do time de Canabrava, tendo sido usada como "bode expiatório" a camisa branca da época, sendo "aposentada". Naquele ano, em todos os demais encontros com o rubro negro, ambos entraram com camisas escuras: o Bahia de tricolor e o outro de vermelho e preto, gerando alguma confusão visual. Desta vez, prevaleceu o bom senso o adversário vestiu branco. Deu azar????



Quanto ao uniforme em si, ficou muito bonito, idêntico ao original, só que com tecido mais leve característico dos uniformes atuais. Chama atenção, que como o padrão feito pela fornecedora de 1994, o calção fugia do tradicional azul royal e aparecia em azul marinho com uma faixa horizontal branca, fazendo um bom contraste com a camisa que manteve o tom de azul corriqueiro. Até ao fonte utilizada nas numerações ficou bem semelhante à numeração usada pela Proonze à época.


Como ressalva, apenas a cor do logotipo da Lotto, que poderia ser branco mesmo, já que a original de 94 usava logotipo da fornecedora nesta cor. Não que o dourado não tenha caído bem, mas essa cor foi usada na camisa retrô de 1936 porque a original da ápoca não tinha, por razões óbvias, nenhuma marca de fabricante; porém, nessa, dava pra ser branco. Outra coisa: poderia ter ali um patrocínio da OAS escrito numa fonte "cursiva" semelhante ao logo da Coca-Cola... aí, sim, a camisa ficaria perfeita!!! Mas são detalhes mínimos que, de forma alguma, tiram a beleza desta peça.



Na nossa modéstia opinião, um dos maiores acertos da historia recente das camisa do Tricolor, que infelizmente, está fadada a ser usada apenas em um jogo. Ponto para a Lotto que conseguiu seguir fielmente o original, dando um toque de personalidade e modernidade. A camisa repercutiu positivamente mesmo entre não-torcedores do Bahia, e entre colecionadores de camisas de futebol de um modo geral. Veja a repercussão no blog "Minhas Camisas", o maior site brasileiro sobre camisas de futebol, clicando aqui.



Não posso deixar de citar, modéstia à parte, que eu e Arilde tivemos nossa humilde participação na concepção dessa camisa, já que a nossa consultoria com dados e fotos serviram de inspiração para a atual fornecedora do uniforme do Tricolor de Aço.








Camisas em ação no Bahia 2x0 Vitória em 20/02/2011






Fotos detalhadas das camisas, clique para ampliar (créditos: Daniel, do http://www.ecbahiamultimidia.com/ )