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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CAMISA RETRÔ 1936


No último dia 23/01/2010 o Bahia enfrentou o Feirense pela 2ª rodada do campeonato baiano 2011. Até aí, um jogo normal (o Bahia venceu por 2x0, gols de Camacho e Ávine). A novidade desta partida ficou por conta da camisa que o time usou: uma bela camisa retrô, alusiva ao ano de 1936.
A camisa faz parte de uma série de ações de markting em comemoração aos 80 anos do Esporte Clube Bahia, e o melhor é que ela teve participação direta do blog "Camisa do Bahia" na sua concepção e desenvolvimento, o que mostra, mais uma vez, o reconhecimento do nosso trabalho de pesquisa da história das camisas do Esquadrão de Aço. Mas por que o ano de 1936? Bom, a história é longa. A intenção inicial do marketing do clube era lançar uma retrô baseada na primeira camisa que o time usou no ano de sua fundação, 1931. O problema daquela camisa é que ela não tinha escudo e, talvez tentando não repetir o equívoco da camisa retrô de 59, resolveram fazer uma baseada em alguma camisa que realmente tivesse usado escudo originalmente. Contanto com a ajuda dos grandes pesquisadores Duda Sampaio e Alexandre Teixeira, descobrimos que, à época da concepção, a camisa mais antiga com escudo que tínhamos registro visual era uma branca de 1936. Sendo assim, foi essa a escolhida. Vale salientar que não afirmamos que esta foi a primeira camisa do Bahia a ostentar um distintivo do clube - pode até ter havido algum modelo anterior com essa característica - mas, como já dissemos, na época da concepção era o registro visual mais antigo de uma camisa com estudo, já que nossas pesquisas baseiam-se tão somente em fotos de época (e/ou vídeo, se for o caso).
Este belo modelo de 1936, conforme é possível ver na foto abaixo, era toda branca e tinha gola em "V" tricolor, bem como duas listras, azul e vermelha, nas mangas. A única diferença da retrô para o modelo que inspirou foi a inserção do logotipo da Lotto em um discreto tom dourado, bem como um etiqueta próxima à barra onde se lê "Retrô 1936". Pela primeira vez, a Lotto acertou a mão numa camisa retrô, fazendo um modelo fiel à da época, que resultou num belíssimo modelo, talvez um dos mais bonitos dos últimos anos. Foram fiéis, inclusive, no escudo, onde mantiveram o nome do clube originalmente escrito em inglês: Sport Club Bahia (detalhe esse frisado por nós quando prestávamos a consultoria ao Bahia, e que eles obedeceram). Pra completar o uniforme, short azul e meiões brancos com uma faixa vermelha.
Destaque especial também à camisa de goleiro: como não tínhamos nenhuma referência nem registro visual dessa camisa, ela foi concebida por conta da Lotto, mas isso de forma alguma a desabona, muito pelo contrário: ficou com uma beleza indescritível. Parabéns à Lotto! Quando é pra criticar, criticamos; mas quando se trata de elogiar, fazemos questão de elogiar e reconhecer um belo trabalho.
Não foi a primeira vez que o time usou uma camisa retrô em jogo; já havia feito isso no ano passado, contra o Coritiba pela Série B de 2010. Mas aquela camisa tinha um agravante de não ter sido fiel à camisa que a inspirou, já que ela foi feita com escudo, enquanto que a original de 59 não tinha. Mas isso é outra história (e que já foi motivo de post aqui no Camisa do Bahia).
De um modo geral, ficamos orgulhosos - não só como torcedores, mas também como colecionadores - de ter participado da concepção de uma camisa do clube que amamos, e ficamos satisfeitos de ela ter sido feita exatamente como sugerimos. Mais uma vez, deixamos nossos parabéns à Lotto e ao Esporte Clube Bahia, através de seu departamento de markting.


Jogador Romeu ostentando a camisa que inspirou o modelo retrô, em 1936 (crédito da foto: Alexandre Teixeira)




Modelo usado no jogo Bahia 2x0 Feirense




Não menos bonita ficou a camisa de goleiro: simplesmente sensacional!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CAMISAS DE GOLEIRO - PARTE 1



Quando comecei a assistir a jogos de futebol, uma coisa sempre me chamou atenção: as cinco pesssoas que sempre entravam em campo com uniformes diferentes dos demais. Eram os árbitros (e seus auxiliares) e, principalmente, os dois goleiros. No que diz respeito aos árbitros, suas roupas eram quase sempre pretas e sóbrias. Na década de 70, exceções eram camisas amarelas ou vermelhas, que ainda assim eram raras. Mas marcante mesmo sempre foram, para mim, as camisas de goleiro. Não só por serem diferentes, mas por liberarem a imaginação dos designers para criarem verdadeiras loucuras que nada tinham de semelhante ao uniforme tradicional da equipe. Quem não lembra do colombiano Higuita, do seu compatriota Navarro Montoya, do "louco" mexicano Jorge Campos e, mais recentemente, do francês Jeremie Janot, que na maioria das vezes chamavam (ou chamam) mais atenção pelos seus trajes multicoloridos (às vezes criadas por eles próprios) do que pelas suas atuações? Se historicamente o Bahia nunca ousou muito nas roupas usadas por seus goleiros, alguns uniformes chamaram a atenção pela excenticidade. Posto aqui, inicialmente, duas pérolas, não tanto pela beleza, mas pelo caráter inusitado. Primeiro, uma camisa da Penalty azul royal, usada várias vezes por Jean e pelo camaronês William Andem, que de inusitado tem os desenhos aplicados no formato da logomarca do fornecedor, nas cores branca, vermelha e amarela... Um verdadeiro abadá! A outra, da marca Proonze, tambem foi usada por Jean, mas antes dele, vestiu o craque veterano Rodolfo Rodriguez, uruguaio que, mesmo em final de carreira, teve momentos brilhantes no tricolor. Ficou marcado, porém, por dois fatos tristes: tomou aquele ridículo gol feito pelo ainda adolescente Ronaldinho, hoje Fenômeno, no Mineirão, quando desesperado pelo massacre que sofria do ataque cruzeirense, soltou uma bola que já estava dominada para se lamentar, parecendo até rezar para que o bombardeio parasse, quando teve a pelota "roubada" pelo atacante que só fez empurrá-la lentamente para as redes. Depois, foi pego pelo exame antidoping, fato que terminou fazendo o goleiro encerrar definitivamente sua carreira.
Talvez se as camisas fossem totalmente lisas, ou seja, sem detalhes, não chamassem tanto a atenção. Mas o que salta aos olhos é justamente o psicodelismo das formas das estampas, bem como sua mistura de cores, que marcaram bastante essas camisas.