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quinta-feira, 10 de março de 2011

RHUMELL, 2005: A CAMISA QUE ERA PRA SER E NÃO FOI




Era o ano de 2005. O Bahia terminava uma duradoura parceria com a Penalty, fornecedora nacional que fazia as camisas do time desde 95. Parceria essa que, apesar de vitoriosa nos seus bons tempos, terminava de maneira decadente e vexatória, com uniformes pouco inspirados e verdadeiros "molambos" em campo, já que o contrato tinha terminado no fim de 2004 e o time estreou em 2005 ainda sem uma nova fornecedora, obrigando a equipe a jogar suas primeiras partidas com camisas remendadas do ano anterior. Essa história nós já contamos num post de dezembro de 2009, quando da chegada da multinacional italiana Diadora.
Nesse meio tempo, o Bahia negociava com outra empresa nacional, a Rhumell, que já tinha fornecido uniformes ao Bahia nos idos de 95 (coincidentemente, antes da entrada da Penalty).
A negociação parecia ter tudo pra dar certo e finalmente o Bahia teria roupa nova para jogar o ano de 2005. Inclusive, as camisas e todo o material de apoio (camisas de treino, concentração, etc) já estavam prontos e o clube até já havia recebido um grande lote para uso dos jogadores. Porém, inexplicavelmente (ao menos para nós torcedores), o clube romperia unilateralmente o contrato, conforme nota veiculada no site oficial do clube, onde dizia que o Bahia achou por bem não prosseguir com as negociações. A decisão parece ter sido acertada, pois àquela altura a Rhumell, já praticamente falida, respondia a vários processos e intervenções judiciais, o que a curto e médio prazo poderia vir a trazer problemas para o Tricolor. Nos bastidores, dizia-se que a empresa errou o tom de azul do escudo; por outro lado, também especulava-se que o motivador da rescisão era mesmo financeiro, pois os valores do contrato não eram satisfatórios e o clube teria achado coisa melhor (leia-se Diadora). Mas tudo isso não passava de especulação e boatos.
O fato é que, como já foi dito, muitas camisas já tinha sido fabricadas. O que fazer com esse lote? O jeito foi "queimar" o estoque no comércio local. As tradicionais lojas de material esportivo da Rua do Corpo Santo, no Comércio, passaram a vender uma camisa nova e inédita, mas que já chegava "morta" ao mercado. Já o Bahia, passou a usar as camisas já recebidas como moeda de troca, pagando a pequenos prestadores de serviço do Fazendão com os natimortos uniformes.
Falando da camisa em si, a branca era simples porém bonita; punhos e barra azul, e uma gola em azul e vermelho davam o tom da camisa, que estampava o famigerado patrocínio Muriel; já a listrada, era semelhante à camisa atual da Lotto, só que com as mangas vermelhas ao invés de azul; porém, esta tinha um gosto duvidoso, principalmente por conta da elipse que continha o logotipo da Muriel. Ambas tinham o mesmo corte, incluindo uma espécie de manga "raglan", que descia da gola até as axilas.
Enfim, não sei se caso esta camisa fosse lançada, agradaria a todos. Hoje, pensando melhor e analisando as camisas e a situação em que o time se encontrava à época, talvez devamos agradecer pelo Bahia não ter fechado o contrato com a Rhumell.