2005 foi um ano um tanto quanto conturbado no Bahia no que diz respeito a uniformes. Pra começar, o contrato com a Penalty tinha terminado no final do ano anterior e, como o time não fechou de imediato com uma nova fornecedora, teve que jogar o campeonato baiano com restos de material do ano anterior. Assim sendo, era comum ver o Bahia jogando com camisas desbotadas, patrocínios aplicados grosseiramente na camisa, apliques e numeração soltando no meio do jogo, etc. Um verdadeiro lixo. E lembrando que esses “restos” ainda tinham que ser divididos com todas as categorias de base.Ou seja, caos geral.
Depois de alguma negociação, o Bahia fecharia contrato com a Rhumell, que voltava ao clube depois de 10 anos (já tinha patrocinado o clube em 94/95, usando tanto o nome Rhumell quanto o de suas subsidiárias Amddma e Proonze). Quando tudo parecia resolvido e finalmente o Bahia teria roupa nova em 2005, o clube rompe unilateralmente o contrato com a empresa (que já praticamente falida, respondia a processos judiciais diversos) por uma razão aparentementemente banal: a empresa errou o tom de azul da camisa do Bahia. Na mesma época, ela já havia cometido erros crassos em outros clubes, como por exemplo no Joinville, onde ela forneceu um lote inteiro de camisas com o nome do clube escrito de maneira errada (Joenville, com “E” mesmo). Tamanha incompetência foi a gota d´água.
O clube voltou ao mercado e rapidamente fechou com a multinacional italiana Diadora, num contrato de 3 anos. A decisão parece ter sido acertada, pois as camisas viriam com um material de melhor qualidade, com design italiano atualizado com o que era fornecido na Europa e com a chancela de uma empresa de nível mundial, que fornecia pra vários times e seleções de renome ao redor do mundo. Porém isso tudo viria a ter um preço: a padronização da camisa de acordo com o lay-out mundial da marca. O Bahia perderia a exclusividade de ter camisas especialmente desenhadas para si, como era na época da Penalty. Passaria a ser apenas “mais um” no cast da Diadora. Se você quisese, por exemplo, saber como seria a camisa do Bahia pra determinada temporada, bastava olhar a camisa da Roma, sempre lançada na Europa alguns meses antes: a camisa seria igual, mudando apenas as cores e patrocinadores. Como também seria igual à camisa do Santo André, do Palmeiras, do Cobreloa, do El Nacional do Equador, dentre outros.
Seguindo essa linha, a camisa branca veio no padrão Diadora: tecido mais elástico, no estilo “kombat” (colado ao corpo, pra dificultar a puxada de camisa por parte dos adversários), duas faixas azul e vermelha que saiam do pescoço em direção à axila direita e o símbolo “One of Eleven” na manga, padrão de identificação da empresa (que na camisa do Palmeiras mudava de cor conforme aumentava a temperatura do corpo... tecnologia esquecida na camisa do Bahia). E, pra completar, o tosco patrocínio Muriel, que já vinha sendo usado desde o começo do ano nos molambos da Penalty, junto com o logo da Fiat nas mangas. De um modo geral, o conjunto não era nenhum primor de beleza, mas era harmonioso e não comprometeu a estética. No uniforme 2, nada empolgante: camisa, sem sal, tinha muito branco “sobrando” (tradicionalmente, nas camisas 2 do Bahia o branco é só um detalhe) e na parte listrada, que realmente era o que interessava, listras azuis e vermelhas coladas... sem o branco! Ou seja, totalmente “nada a ver” com a tradição de camisas listradas do Bahia (tudo bem, a Diadora não foi a primeira nem seria a última a cometer esse sacrilégio).
O resultado é o que pode ser visto nas fotos acima e abaixo. Em campo, a camisa não trouxe muita sorte ao tricolor: mais uma vez, como já estava tornando-se praxe, sem título no campeonato baiano, péssima campanha na Copa do Brasil e queda para a Série C do Campeonato Brasleiro.
Grande Arilde,
ResponderExcluirgostei do seu museu virtual, riquíssimo em detalhes sobre a camisa do Bahêa.
Não sabia que o One of Eleven do Bahia não tinha a tecnologia "térmica", mas que relaxo da Diadora.
Já criei o link para seu blog lá no Maglia Verde!
abraço, Erick
Pois é, Erick... na época, segundo o pessoal da Diadora, a medida era uma espécie de contenção de gastos pra baratear a camisa, já que eles julgavam o poder aquisitivo do Nordeste menor que o Sul/Sudeste (o que não deixa de ser verdade). O próprio material da camisa, apesar de ótima qualidade, ainda era inferior à camisa do Palmeiras.
ResponderExcluirValeu pela força!
Abraço.
Cruzes, esse ano de 2005 foi só tragédia. 6x2 do vice, 0x3 do Avaí, série C...
ResponderExcluirA Branca era bonita, mas a listrada era horrível. Na verdade, a Diadora não fez nenhuma listrada que prestasse. (a de 2006 parecia várzea, de tão simples...)
Ronei, já eu achei a camisa listrada de 2006 a mais bonita de todas... me arriscaria a dizer que foi a listrada mais bonita dos últimos 10 anos, justamente por ser bem tradicional e bem fiel às camisas Adidas dos anos 80. Tudo perfeito: os tons de azul e vermelho, o espaçamento das listras brancas, a gola simples.
ResponderExcluirÉ justamente essa simplicidade que vc "condena" que foi o que deu a beleza da camisa... rsrsrs
Abraço!
A simplicidade que me referi não foi do layout, e sim do acabamento. Nem as da Champs eram tão pebas...
ResponderExcluirCamisa horrorosa essa tricolor. Só comprei como ítem de coleçâo. Se não fosse por isso...
ResponderExcluirTá mais pra bicolor msm
ExcluirParabéns pelo Blog.
ResponderExcluirLindas as camisas.
Camisa do Bahia, mesmo quando é feia, é linda.
Salve amantes do Esquadrão!!
ResponderExcluirEssa branca, apesar de ter o escudo no meio, que um detalhe que eu particularmente não gosto, ficou até bonita. Mas a tricolor, a DIADORA exagerou no mau gosto, ficou feia mesmo. Comprei apenas a branca.
Mas bem que se fosse essa da Rhumell seria bem pior. Realmente não seria uma volta triunfal da Rhumell ao Esquadrão, ainda bem que fechamos com a DIADORA, dos males, o menor
Paulo Brazil!!