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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

CAMISAS RETRÔ. RETRÔ?

De uns tempos pra cá, uma onda saudosista invadiu o mundo das camisas de futebol: são as famosas camisas "retrô". Camisas que marcaram época ou que vestiram equipes na conquista dos seus principais títulos são relançadas nos dias atuais, ora mantendo a mesma qualidade do material da época, ora modernizadas com a tecnologia atual mas com os traços que lhe fizeram famosas Brasil (ou mundo) afora.
Eu, por exemplo, tenho visto uma série de lançamentos dessas camisas chamadas "retrô" de diversos times do Brasil e do exterior. Algumas são verdadeiras pérolas, como a do Liverpool, que vi na Centauro este fim de semana. A coleção do Internacional-RS , assim como a do São Paulo, ambas da Reebok, está tão linda, que nao ficaria feio usá-la para ir a uma festa (percebam na camisa do São Paulo o esmero no tecido amarelado, pra dar um aspecto "envelhecido", deixando-a mais paracida com a da época).
O Bahia, é claro, não poderia ficar fora dessa moda. Começou extra-oficialmente com uma ou outra confecção independente fazendo camisas por conta própria, à revelia do clube (exemplos aqui e aqui ), algumas delas tão mal feitas que em quase nada lembram as camisas aludidas (percebam nos links anteriores o logo da Adidas em azul, sendo que na época era vermelho). Depois de algum tempo, o time se rendeu ao modismo e lançou recentemente sua coleção retrô. Nada melhor, então, que comemorar os títulos de 59 e 88. Pra começar, fizeram campanha no site do tricolor pedindo que os torcedores cedessem camisas da época para servirem de modelo. Como assim? O Bahia não tem camisas da época no seu acervo? Não há fotografias da época para que se copie o modelo? Péssimo começo. Depois de muita demora, saem as duas camisas quase simultaneamente e... decepção!!! Pra começar, falarei da mais "defeituosa": a de 88. Imperdoável o fato de estaparem uma estrela sobre o escudo. Gostaria que alguém me dissesse quando foi que o Bahia jogou com uniforme com uma estrela no peito. O título da Taça Brasil de 59 passou a ser aludido na camisa somente após a conquista do Brasileirão de 88, quando passaram a estampar DUAS estrelas. Nem a CBF reconhece esses títulos da Taça Brasil como equivalentes ao Campeonato Brasileiro, o que eu acho um equívoco, pois esse era o campeonato mais importante da época e classificava para a Libertadores... Mas essa é outra discussão. Outra coisa: a camisa da época era da Adidas. Se não pode se fazer um acordo para que esta fabrique a camisa retrô da marca, se não dá para colocar as três listras características da marca, então não coloque nenhuma. Agora, colocar duas listras? A emenda saiu pior que o soneto... Para concluir, cadê o Coca-Cola? O Bahia de 88 usou a marca em todas as partidas. Também não gosto de nomes enormes no meio da camisa do meu time, mas já que tinha na época, porque não colocar agora??? A camisa do Liverpool, a qual me referi no começo do post, tem o patrocínio da época e não o atual. Perfeita. O Palmeiras, pra citar um exemplo doméstico, também lançou recentemente sua camisa retrô e fez uso do antigo patrocinador da época. O Bahia não poderia fazer o mesmo???

Com relação a de 1959, poucos defeitos perceptíveis. Essa, só vi em foto, mas já dá para perceber duas falhas: primeiramente, a gola, que nessa reedição virou polo. Não era assim na época. Era em "V", com gola pontuda e grande para os padrões de hoje. Mas, se vamos reeditar a daquele tempo, tentemos fazer o mais próximo possivel. A segunda falha: o Bahia não usava escudo naquela época!!! Porque a retrô tem escudo??? Aliás, em 1959 e até algum tempo depois, o uniforme do Bahia era camisa branca ou tricolor, calção azul com faixa de tecido amarrada ou costurada na cintura e meião CINZA. Isso mesmo, cinza...

Ademais, é o seguinte: o tecido é bacana (a de 59, inclusive, parece "lavada", para dar impressão de desgaste do material), parecido com o da época mas com acabamento bem mais caprichado. A intenção vale bastante, já que o Bahia tem que lançar mão de tudo que for possível para vender sua marca e lucrar com isso. Só falta ter voz um pouco mais ativa nessas "jogadas" de marketing para que seus símbolos e sua história não sejam maltratados pela modernidade.


(Texto com a colaboração de Arilde Junior)


Camisa retrô de 88: uma estrela? Duas listras? Deprimente.





Camisa retrô 59: a original não tinha escudo e a gola era maior

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

2005: A chegada da Diadora



2005 foi um ano um tanto quanto conturbado no Bahia no que diz respeito a uniformes. Pra começar, o contrato com a Penalty tinha terminado no final do ano anterior e, como o time não fechou de imediato com uma nova fornecedora, teve que jogar o campeonato baiano com restos de material do ano anterior. Assim sendo, era comum ver o Bahia jogando com camisas desbotadas, patrocínios aplicados grosseiramente na camisa, apliques e numeração soltando no meio do jogo, etc. Um verdadeiro lixo. E lembrando que esses “restos” ainda tinham que ser divididos com todas as categorias de base.Ou seja, caos geral.

Depois de alguma negociação, o Bahia fecharia contrato com a Rhumell, que voltava ao clube depois de 10 anos (já tinha patrocinado o clube em 94/95, usando tanto o nome Rhumell quanto o de suas subsidiárias Amddma e Proonze). Quando tudo parecia resolvido e finalmente o Bahia teria roupa nova em 2005, o clube rompe unilateralmente o contrato com a empresa (que já praticamente falida, respondia a processos judiciais diversos) por uma razão aparentementemente banal: a empresa errou o tom de azul da camisa do Bahia. Na mesma época, ela já havia cometido erros crassos em outros clubes, como por exemplo no Joinville, onde ela forneceu um lote inteiro de camisas com o nome do clube escrito de maneira errada (Joenville, com “E” mesmo). Tamanha incompetência foi a gota d´água.

O clube voltou ao mercado e rapidamente fechou com a multinacional italiana Diadora, num contrato de 3 anos. A decisão parece ter sido acertada, pois as camisas viriam com um material de melhor qualidade, com design italiano atualizado com o que era fornecido na Europa e com a chancela de uma empresa de nível mundial, que fornecia pra vários times e seleções de renome ao redor do mundo. Porém isso tudo viria a ter um preço: a padronização da camisa de acordo com o lay-out mundial da marca. O Bahia perderia a exclusividade de ter camisas especialmente desenhadas para si, como era na época da Penalty. Passaria a ser apenas “mais um” no cast da Diadora. Se você quisese, por exemplo, saber como seria a camisa do Bahia pra determinada temporada, bastava olhar a camisa da Roma, sempre lançada na Europa alguns meses antes: a camisa seria igual, mudando apenas as cores e patrocinadores. Como também seria igual à camisa do Santo André, do Palmeiras, do Cobreloa, do El Nacional do Equador, dentre outros.

Seguindo essa linha, a camisa branca veio no padrão Diadora: tecido mais elástico, no estilo “kombat” (colado ao corpo, pra dificultar a puxada de camisa por parte dos adversários), duas faixas azul e vermelha que saiam do pescoço em direção à axila direita e o símbolo “One of Eleven” na manga, padrão de identificação da empresa (que na camisa do Palmeiras mudava de cor conforme aumentava a temperatura do corpo... tecnologia esquecida na camisa do Bahia). E, pra completar, o tosco patrocínio Muriel, que já vinha sendo usado desde o começo do ano nos molambos da Penalty, junto com o logo da Fiat nas mangas. De um modo geral, o conjunto não era nenhum primor de beleza, mas era harmonioso e não comprometeu a estética. No uniforme 2, nada empolgante: camisa, sem sal, tinha muito branco “sobrando” (tradicionalmente, nas camisas 2 do Bahia o branco é só um detalhe) e na parte listrada, que realmente era o que interessava, listras azuis e vermelhas coladas... sem o branco! Ou seja, totalmente “nada a ver” com a tradição de camisas listradas do Bahia (tudo bem, a Diadora não foi a primeira nem seria a última a cometer esse sacrilégio).

O resultado é o que pode ser visto nas fotos acima e abaixo. Em campo, a camisa não trouxe muita sorte ao tricolor: mais uma vez, como já estava tornando-se praxe, sem título no campeonato baiano, péssima campanha na Copa do Brasil e queda para a Série C do Campeonato Brasleiro.

A Diadora chegava com o pé esquerdo ao Bahia.

Evento de lançamento dos novos uniformes Diadora


Artilheiro Dill vestindo a camisa branca em 2005


Uniforme 2 em ação pela Série B de 2005


Uéslei vestindo a camisa branca em sua apresentação

Acima, a camisa da Rhumell que seria usada caso o contrato não fosse rompido

sábado, 28 de novembro de 2009

TRÊS HOMENS, UMA CAMISA


Foto: arquivo pessoal de Biriba (o último agachado à direita)

Foto: "Bahia: Esporte Clube da Felicidade", de Nestor Mendes Jr

Mais uma vez vou interromper a sequência cronológica da apresentação das camisas para exibir uma PÉROLA. Assim mesmo! Com letras maiúsculas... Primeiro tenho que falar da personagem: Biriba. Nascido Armindo Avelino de Santana, chegou ao Tricolor em 1955. Circulou pelas divisões de base, pelos aspirantes, mas logo conseguiu garantir sua vaga no time profissional para, junto com Marito, Henrique, Vicente, Nadinho e tantos outros craques, conquistar a Taça Brasil de 1959, o primeiro título nacional do Bahia. Conquistou, além da Taça Brasil, seis títulos baianos atuando como ponta direita, centoavante e ponta esquerda. Fez gols decisivos, inclusive o gol de empate contra o Santos na Vila Belmiro, que abriu o caminho para a vitória que provocou o terceiro e decisivo jogo no Maracanã. Jogou no tricolor até 68, chegando a a ser parceiro de Eliseu e Zé Eduardo.
Como consegui uma preciosidade dessas??? Um grande amigo de meu pai (e meu também), Dodô, tambem conhecido pelo seu nome de batismo (Raílton), ex-jogador do Tricolor na década de 60, viu minha coleção e disse: "meu irmão tem uma camisa que foi de Biriba, te interessa?". Só não chorei na hora porque estava no trabalho... Pouco tempo depois, recebo a sacola com esta verdadeira relíquia, usada por pouco tempo pelo Bahia, tanto que só achei uma foto dela para ilustrar o blog. Mesmo sem me conhecer, seu irmão, Raimurildo, resolveu me ceder esta camisa. Não sei como, nem se vou conseguir pagar um dia pelo presente. Sei que esta camisa será tratada como uma jóia. Não há preço que pague poder tomar conta de um pedaço da história do time que você ama... Obrigado Dodô! Obrigado Raimurildo! Obrigado Biriba!
A camisa, apesar de ter 47 anos, me parece bastante inspirada. Toda de malha grossa, típica da época, tem apenas as 3 listras triolores na gola e, nas mangas, elas não são aplicadas no elástico, mas sim no próprio tecido dando a impressão de que, de fato, tentava-se criar um visual mais "moderno". Se fosse reeditá-la, deixaria a gola lisa, branca, e não mudaria mais nada. Detalhe interessante é o reforço do tecido e da costura nas axilas, já que não existia a facilidade de hoje de usar uma camisa por tempo de jogo e a mesma era usada várias vezes.
Nota: as fotos são do arquivo pessoal de Biriba, retiradas do livro Bahia: Esporte Clube da Felicidade. Observem que Biriba, não está na foto do pentacampeonato.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

BAHIA: ESPORTE CLUBE DA FELICIDADE







Amigos, quebro agora nossa sequência de "posts" sobre as camisas do Bahia para fazer uma retificação e uma homenagem. Na minha primeira postagem, quando falei sobre o início do planejamento deste blog, cometi uma injustiça. Falei sobre Dr. Paulo, que me estimulou a fazer o blog, já que a minha coleção estava disponível para poucos amigos. Porque não mostrá-la para mais pessoas? Porque não compartilhar com a Nação Tricolor? Feito. Me associei ao amigo Arilde e aí está o resultado. Esqueci, no entanto, que a primeira pessoa a me falar sobre a possibilidade de expor a coleção na internet foi meu parceiro de baba- bons tempos...-, Nestor Mendes Júnior. Nào foi só isto. Além de me dar a "luz" sobre o blog, Nestor já me presenteou com várias camisas, fez contatos para conseguir outras e, mais importante, escreveu a Bíblia Tricolor. Seu livro, publicado em 2001, tem sido fonte constante de pesquisa para enriquecer os nossos textos. São quase 200 páginas com texto primoroso, fotos raras e espetaculares, histórias de craques, jogos e "casos" que resumem fielmente a gloriosa trajetória do Bahia. Incansável lutador pela democratização do Tricolor de Aço, Nestor nos deu um livro indispensável. Ser torcedor do Bahia e nunca ter ido à Fonte Nova, nunca ter feito promessa para ver o time ganhar, não ter vibrado com os dribles de Bobô, não ter lido esse brilhante compêndio... Isso te faz um pouquinho menos tricolor...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

2004: DECEPÇÃO NA VOLTA DA CAMISA TRICOLOR



O ano de 2004 trouxe novidades para o Bahia. Camisas e patrocinador novos e a necessidade de subir da Segundona pela primeira vez por suas próprias pernas. Parecia que, pela primeira vez em anos, haveria um campeonato sério, com primeira e segunda divisões fortes. O Tricolor até que se saiu bem. Liderou parte da primeira fase, teve o terceiro melhor ataque e foi a segunda defesa menos vazada. Num time em que Robert foi o maestro, alguns dos coadjuvantes também conseguiram se destacar: Rodrigunho, o coringa Ari, Neto Potiguar, entre outros. Apesar do bom começo, mais uma vez o Bahia fraquejou na hora de decidir dentro de casa. Primeiro, contra o Avaí, quando o até então inquestionável Leonardo Silva perdeu uma dividida na intermediária, deixando o atacante do rival livre para marcar. O golpe final nas pretensões tricolores veio no dia 11 de dezembro, novamente na Fonte Nova, quando jogando contra um Brasilense já garantido na série A, perdeu o jogo com atuação fraca de Robert, falha de Márcio num gol olímpico e expulsão de Rodriguinho. O resto da história todo mundo já sabe. Passeios pelas séries B e C e a marca de ser o único grande, ao lado do Fluminense, que não conseguiu voltar para a série A por mérito.

A camisa branca, mais uma vez inexpressiva, era lisa e com gola em V e barras das mangas em azul. Em relação ao ano anterior, o logo da Penalty e a numeração às costas mantinham as mesmas cores (azul e vermelha, respectivamente); se esta foi simplória, pelo menos tivemos a volta da tradicional camisa tricolor listrada, similar às da época da Adidas, só que desta vez com material mais moderno e de qualidade. Em ambas, o patrocínio da Quartzolit era grafado sobre um bizarro retângulo amarelão que poluia demais o visual. Interessante foi o fato de que no evento lançamento do novo patrocinador, as camisas apresentadas tinham o Quartzolit estampado com outra diagramação, menor e com um logo à esquerda e sobre fundo branco, bem menos chamativo. Já nas camisas de jogo, o resultado é o que se vê nas fotos acima. Quem for mais detalhista também poderá notar a tremenda desorganização do departamento de marketing do Bahia: nas duas camisas, branca e tricolor, o “Quartzolit” também está grafado de forma diferente, mudando a fonte das letras de um modelo para outro: na branca, as letras são maiores, ao passo que na tricolor as letras são mais “compactas”. Já na triolcor de mangas longas, o nome da empresa volta a ser escrito com as letras maiores. Ou seja, marketing incompetente + patrocinador inexpressivo = camisa desorganizada. É claro que a combinação entre azul, vermelho, branco e amarelo não podia resultar em coisa muito boa, mas o patrocínio durou só um ano e a cor "adicional" logo foi retirada do manto tricolor.

Esta camisa marcou o final de uma história de sucessos e tropeços entre a Penalty e o Bahia. Acredito que, depois da Adidas, tenha sido o mais duradouro contrato de fornecimento de camisas que o time teve. Em 2005, o Bahia ainda disputou o campeonato baiano com estas camisas, porém, como o contrato já havia findado, o clube teve que se virar com os restos de material do ano anterior, vestindo verdadeiros “molambos”: camisas remendadas, apliques de patrocínio e numeração se soltando em jogo e um (novo) patrocínio “Muriel” grosseiramente aplicado sobre o patrocínio anterior, como se pode ver em fotos abaixo.

Final decadente e vexatório de uma parceria de 10 anos.

Fotos do evento de lançamento do novo patrocinador: percebam que a diagramação do logotipo da empresa é diferente em relação às camisas de jogo


Camisa listrada em ação


Camisa branca em ação na Série B de 2004: com algum esforço, é possível perceber que o nome Quartzolit está escrito com letras diferentes em ambas as camisas


A camisa de 2004, sendo usada no campeonato baiano de 2005: percebam as aplicações grosseiras da numeração e do novo patrocinador Muriel, por cima do antigo Quartzolit

terça-feira, 20 de outubro de 2009

2003: O COMEÇO DO FIM



28/06/2003, Vila Belmiro, Santos 4 x 0 Bahia - vitória de número 300 do Santos em campeonatos brasileiros;

07/08/2003, Maracanã, Flamengo 6x0 Bahia – Edilson marca 3 vezes, o técnico Evaristo de Macedo entrega o cargo após o jogo e nem retorna à Salvador junto com a equipe;

22/10/2003, Fonte Nova, Bahia 4 x 7 Santos - show de Diego, Robinho, Léo e cia;

14/12/2003, Fonte Nova, Bahia 0 x 7 Cruzeiro - Alex brilha, faz cinco gols com colaboração de um "apavorado" Valdomiro e o Cruzeiro ultrapassa os 100 gols no campeonato(só no Bahia foram 12!).

Assim foi o Brasileirão de 2003: saco de pancadas dentro e fora de casa! O Bahia ajudou a fazer a alegria de várias torcidas, com equipes rivais fazendo história às suas custas. Resultado: novo rebaixamento, dessa vez sem direito a "tapetão" e nem virada de mesa. Último colocado entre os 24 times de Brasileirão. Daí para cá, momentos ridículos e raros rompantes de uma falsa alegria se sucederiam na vida do sofrido torcedor tricolor.

Time fraco merece uma camisa horrorosa e a Penalty parecia prever o fiasco quando lançou uma insossa camisa branca com faixas azuis largas nas laterais da camisa. A empresa parecia ter perdido a inspiração que levou a lançar belos e inovadores uniformes no início da parceria nos anos 90. Raras vezes o Bahia usou uma camisa tão desalinhada com sua história: nem arrojada, nem conservadora e, eventualmente, estampada com um "auto-patrocínio" do programa Sócio Torcedor, sem contar o vexatório patrocínio da água mineral “Frésca” – com acento mesmo – razão de piadinhas por parte dos rivais, mas que até calhava com a situação do time naquele momento. Enfim, uma camisa à altura o futebol apresentado naquele ano por Preto, Cícero, Accioly, Valdomiro e cia. De novidade, mesmo, apenas o logo da Penalty que não tinha mais o nome da empresa e a numeração às costas que voltava a ser vermelha (o azul e o vermelho alternavam-se ano após ano). Já no segundo uniforme, a tradicional camisa tricolor, listrada em vermelho, azul e branco, mais uma vez foi desprezada, dando lugar a uma camisa azul royal com uma faixa larga vertical vermelha que passava sob o escudo, ladeada por duas faixas brancas mais finas. Bonita? Eu até acho, mas não passava de uma cópia da camisa do Paris St. Germain, essa sim, classuda, pois o azul marinho nela usada contrastava com o vermelho, dando um aspecto muito mais elegante. Como dizem por aí, "cada time tem a camisa que merece..."


Versões das duas camisas com o "auto-petrocínio" Sócio Torcedor, finado programa de sócios do clube


Camisa com o patrocínio Frésca (foto do evento de lançamento do patrocínio)



A insossa camisa branca em jogo contra Corinthians (acima) e Santos (abaixo, na humilhante derrota por 7x4 na Fonte Nova)


Uniforme 2, ainda sem patrocínio

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

2001 / 2002: A PENALTY E A ÚLTIMA BOA FASE DO BAHIA

Após a boa campanha na Copa João Havelange do ano anterior, chegamos ao ano 2001, o primeiro deste novo milênio.

No que diz respeito às camisas, a Penalty continuou tradicional na camisa branca, porém voltou a inovar no segundo uniforme. Vamos a cada um deles:

Na camisa branca, a empresa manteve praticamente o mesmo lay-out do ano anterior. O tecido agora era diferente, melhor, aparentando uns “tijolinhos” e chamado de Fibertech (nome que inclusive mereceu uma etiqueta na costura lateral das camisas); nas laterais, a camisa ficava mais arejada por causa de um tecido furadinho, como se fosse um “mesh”, e a novidade ficava por conta do logotipo reestilizado da Penalty, agora mais fino e com nova grafia, e a nova fonte dos números às costas, conforme é possível perceber em fotos abaixo. No primeiro semestre (campeonato baiano e Nordestão) a camisa ainda mantinha a gola polo, porém para o Brasileirão a gola passava a ser careca e em “V”, permanecendo o resto da camisa inalterado.

Já no segundo uniforme, tradicionalmente tricolor, continuou a ser predominantemente azul (aliás, mais azul que no ano anterior). Nesse período, o time usou num primeiro momento uma camisa azul escura com 3 faixas vermelhas que desciam dos ombros e “se desmanchavam” na altura do tórax (segunda foto acima); no decorrer do ano, o azul da camisa ficava mais claro e a faixa central no tórax passava a ser branca, sendo ladeada por duas vermelhas tal como na versão anterior (terceira foto acima).

Em todas as camisas citadas o time usou um distintivo nas mangas, alusivo aos 70 anos do clube, comemorados em 1° de janeiro de 2001.

Em 2002 a Penalty não apresentou novidades nos uniformes, permanecendo as camisas com as quais o time terminou a temporada 2001.

Nos dois anos, a FIAT continuava a manter sua parceria com o tricolor, sempre estampando seus lançamentos do mercado automotivo nas camisas (Fiat Stilo, Novo Marea, Fiat Doblò, etc). Já nas mangas, a profusão de diferentes patrocínios "poluía" o visual da camisa: tivemos Directv e Coca-Cola (Nordestão 2001), TIM (Nordestão 2002), Sócio Torcedor (Brasileirão), TAM, dentre outros.

Estas camisas vestiram o Bahia em sua última boa fase: campeão baiano e do Nordeste em 2001, e boa campanha no Brasileirão daquele ano, classificando-se para as oitavas de final e sendo eliminado (de forma injusta, diga-se de passagem) pelo São Caetano, que viria a disputar a final contra ao Atlético-PR. Em 2002, o time manteve a boa fase no primeiro semestre, sendo bi-campeão do campeonato do Nordeste; porém, no Brasileiro, começava a descida desgovernada do time, que escapou do rebaixamento apenas na última rodada, goleando a Portuguesa em Mogi-Mirim-SP e que culminou com a situação vexatória em que nos encontramos hoje.


Nas fotos acima pode-se perceber a "evolução" nos logotipos da Penalty e nas fontes da numeração entre 2000 e 2001: no logotipo, que era azul em 2000, ficou vermelho em 2001; já na numeração foi o contrário, vermelho em 2000 e azul em 2001

Distintivo alusivo aos 70 anos do clube, usado na manga esquerda das camisas

Time campeão do Campeonato do Nordeste dentro de Canabrava em 2002

Nonato, o último grande artilheiro tricolor

Camisa azul de 2001

Robgol e Preto, usando o segundo uniforme de 2002

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MAIS UMA COMEMORATIVA: OS 500 ANOS DO BRASIL



No ano 2000, a Penalty resolveu lançar mais uma camisa comemorativa. Ao contrário da camisa de 98, a marca não homenageou uma data ou fato relacionado à história do clube; desta vez, resolveu homenagear um fato histórico de grande valor: os 500 anos do Brasil. E nada mais justo do que fazer tal homenagem no maior e melhor time do estado onde o Brasil nasceu, não acham???
Eu considero esta como sendo uma das camisas mais bonitas de toda a história do tricolor, não apenas pelo fato de ser uma edição comemorativa (o que por si só já justifica um trabalho de melhor qualidade), mas pelo capricho dos detalhes (que foi justamente o que faltou na de 98).
A camisa era branca com duas faixas paralelas e justapostas, azul e vermelha, que se estendiam da gola até a extremidade das mangas. Escudo no peito à direita e logo da Penalty à esquerda. Mas a cereja do bolo foi o belo desenho colocado à frente: um mapa antigo do Brasil e a proa de uma caravela, aludindo ao descobrimento do Brasil em 1500. Nas mangas, um logotipo verde e amarelo escrito “500 anos” completava a homenagem. Outras equipes patrocinadas pela Penalty naquele ano também homenagearam os 500 anos do país, tais como Goiás e Atlético Mineiro, mas estas homenagens se fizeram de maneira discreta e se restrigiram apenas a um "patch" ou logotipo dos 500 anos no peito.
A camisa era vendida sempre com número 10 e sem patrocínios, mas à exemplo do que foi postado pelo Ruy anteriormente, a aplicação do patrocínio, como sempre, “matava” a camisa, pois era necessário pintar uma caixa branca com o nome “Novo Palio” e isso terminava cobrindo o belo desenho da camisa, como é possível ver numa camisa de jogo em uma das fotos abaixo.
Usando essa camisa, o Bahia fez alguns jogos aleatórios na Copa João Havelange de 2000, juntamente com as camisas do post anterior. Estreou numa sapecada de 3x0 que o tricolor tomou do Goiás lá no Serra Dourada (segundo a memória de elefante do nosso colaborador Ronei). Na foto abaixo podemos vê-la com patrocínio e o número 30 (aquela edição foi a primeira até então a exigir obrigatoriedade de numeração fixa).
Esta foi uma camisa que realmente deixou saudades.

Camisa de jogo, usada na Copa João Havelange de 2000 - o patrocínio terminava por estragar o belo desenho

Patch "500 anos" usado nas mangas (ou no peito, como em outras equipes)